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Jovens inovadores
Investir na juventude e dar aos jovens empresários agrícolas os meios para investirem de forma responsável nas suas explorações e empresas é essencial para alcançar muitos objetivos de desenvolvimento sustentável. Os jovens são o futuro da segurança alimentar para todos, mas muitos deles não vêem o seu futuro na agricultura devido aos muitos obstáculos que enfrentam.
A agricultura é frequentemente vista pelos jovens como uma atividade pouco rentável, de mão de obra intensiva e tradicional. As elevadas taxas de desemprego entre os jovens (especialmente entre as mulheres), a má qualidade de muitos empregos (informais, condições de trabalho precárias, falta de proteção jurídica e social), a inadequação entre a educação e a procura de competências e as oportunidades limitadas de formação e de progressão na carreira explicam o pouco interesse pela agricultura e a migração para as zonas urbanas (OIT 2020). A falta de acesso ao financiamento, a utilização limitada de fatores de produção melhorados (sementes, fertilizantes) e o acesso limitado à terra são alguns dos obstáculos à expansão da cadeia de valor. Os jovens rurais são também suscetíveis de estar em pior situação do que o resto da população em termos de todas as componentes da vulnerabilidade às alterações climáticas.
Muitos jovens agricultores e agro-empresários são inovadores e assumem riscos. Estão cada vez mais envolvidos em negócios altamente lucrativos relacionados com a comercialização, transformação, embalagem e serviços alimentares, para além da produção agrícola. Estão mais bem informados, mais bem relacionados e dispostos a investir no desenvolvimento de competências. Os jovens empresários têm também mais probabilidades de empregar outros jovens e de retirar mais jovens do desemprego e da pobreza. São particularmente recetivos a novas oportunidades e tendências económicas e estão ativos em sectores de elevado crescimento (Relatório do Grupo Montpellier 2014). A conetividade – com pessoas, mercados, serviços, ideias e informações – cria oportunidades para que os jovens rurais se integrem mais plenamente nas suas economias em transformação, aumentando a sua produtividade. Por exemplo, as áreas rurais que estão melhor conectadas aos mercados através de fluxos de informação e boas infraestruturas de transporte oferecem mais oportunidades para comercializar produtos e serviços (IFAD 2019).
A contribuição vital das mulheres para a agricultura e a economia
As mulheres empresárias que gerem pequenas e médias empresas (PME) desempenham um papel importante no desenvolvimento económico, criando empregos, estimulando o crescimento económico e explorando a capacidade produtiva das mulheres.
Apesar do papel fundamental que as mulheres desempenham no sector agroalimentar, enfrentam obstáculos no acesso aos recursos produtivos, aos fatores de produção, às ferramentas, ao equipamento e às tecnologias, aos serviços agrícolas e à formação, bem como ao financiamento.
Em média, as mulheres gastam 85-90 por cento do seu tempo diário em tarefas domésticas, preparação de alimentos, cuidados infantis e outras tarefas domésticas. A tripla carga de trabalho das mulheres nas esferas produtiva, reprodutiva e social limita a sua capacidade de aproveitar novas oportunidades (FAO 2014. )Como resultado, as mulheres rurais encontram-se frequentemente em situações de emprego particularmente vulneráveis, dado o seu acesso limitado a recursos, infra-estruturas e mercados, bem como a fontes diversificadas de rendimento (World Bank Group 2019).
Quando as mulheres controlam o rendimento adicional, gastam mais do que os homens em alimentação, saúde, vestuário e educação dos filhos. Isto tem um impacto positivo no bem-estar imediato, bem como na formação de capital humano e no crescimento económico a longo prazo. A eliminação das disparidades entre homens e mulheres na agricultura geraria, por conseguinte, benefícios significativos para o sector agrícola e para a sociedade em geral.
As mulheres rurais estão cada vez mais a gerir as suas próprias empresas, mas o seu potencial empresarial continua, em grande medida, por reconhecer e explorar. As políticas, os serviços e os ambientes empresariais sensíveis às questões de género são essenciais para estimular a criação e a modernização das empresas de mulheres, contribuindo assim para a criação de empregos dignos e produtivos.
