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O sector agroalimentar é um dos mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas devido às mudanças nos padrões de temperatura e precipitação, colocando numerosas ameaças à produção agrícola, ao acesso ao mercado, à biodiversidade e à segurança alimentar. Os fenómenos meteorológicos extremos, como as secas, as inundações e os ciclones, têm um impacto negativo na produtividade agrícola, na disponibilidade de água e na saúde dos solos, perturbam a produção e aumentam o risco de doenças e pragas, como os enxames de gafanhotos.
Exemplos de opções de adaptação eficazes na agricultura incluem: melhoria das culturas, gestão e armazenamento de água nas explorações agrícolas, conservação da humidade do solo, irrigação, agrossilvicultura, adaptação de base comunitária, diversificação agrícola a nível das explorações e das paisagens, abordagens de gestão sustentável dos solos, utilização de princípios e práticas agro-ecológicas e outras abordagens que funcionam com processos naturais. As abordagens de adaptação baseadas nos ecossistemas, como a ecologização urbana, a recuperação de zonas húmidas e os ecossistemas florestais a montante, revelaram-se eficazes na redução do risco de inundações e do calor urbano. As opções de adaptação, como a gestão do risco de catástrofes, os sistemas de alerta precoce, os serviços climáticos e as redes de segurança social, são amplamente aplicáveis em vários sectores (relatório de síntese ICCP 2023).
É essencial que as pequenas e médias empresas (PME) e as empresas tomem medidas que melhorem a sua resiliência aos efeitos das alterações climáticas através de medidas de adaptação, tais como tecnologias eficientes em termos de água (irrigação gota a gota na agricultura, materiais resistentes ao calor e às inundações em fábricas e escritórios e proteção contra inundações para instalações comerciais, tais como comportas) e painéis solares. A utilização de energia geotérmica e a modernização do equipamento elétrico podem permitir que uma empresa continue a funcionar quando as condições meteorológicas adversas provocam o corte das redes elétricas. As PME têm um papel importante a desempenhar na transição para uma economia de baixo carbono, e as que estão empenhadas na sustentabilidade podem beneficiar de apoio através de financiamento verde.
Várias opções de atenuação, como a energia solar, a energia eólica, a eletrificação dos sistemas urbanos, as infraestruturas verdes urbanas, a eficiência energética, a gestão da procura, as melhorias da gestão das florestas, das culturas e das pastagens e a redução dos resíduos e das perdas de alimentos, são tecnicamente viáveis e cada vez mais rentáveis.
As alterações alimentares estão a abrir novas oportunidades para os empresários que estão a fazer a transição para mais produtos à base de plantas e, mais importante ainda, a combater o desperdício alimentar. Muitos empresários apoiam a economia circular, transformando os resíduos alimentares agrícolas em recursos produtivos (biofertilizantes, energias renováveis, etc.).
Outra estratégia utilizada pelas PME agrícolas para fazer face aos impactos das alterações climáticas é a diversificação das culturas, que pode reduzir as vulnerabilidades das PME agrícolas, tornando-as menos dependentes de uma única cultura e protegendo-as das quebras de colheitas relacionadas com o clima. A transformação é uma solução que permite às PME locais desenvolver produtos alimentares de elevada qualidade e valor acrescentado, reduzindo simultaneamente as perdas pós-colheita e o desperdício alimentar ao longo da cadeia de valor e gerando rendimentos adicionais ().
A tecnologia e a agricultura inteligente podem ajudar os pequenos agricultores a melhorar a saúde dos solos, otimizando fatores de produção como a água e os fertilizantes, a aceder a previsões meteorológicas e a produtos de microsseguros e a detetar doenças das culturas através de diagnósticos remotos. A informação meteorológica e os serviços de aconselhamento que dão acesso a informações e previsões meteorológicas em tempo real podem ajudar as PME a tomar decisões informadas e a planear os riscos potenciais.
